DOIS MODELOS DE CRÔNICAS SOBRE O LUGAR ONDE VIVO
1ª O lugar onde vivo
O lugar onde vivo não é dos melhores, mas sem querer ser dedo duro ou
bajulador, confesso que já foi bem pior. É uma cidade localizada no semiárido
baiano e tem, aproximadamente, 68 mil habitantes. Seu nome é Euclides da Cunha
em homenagem ao escritor do livro “OS SERTÕES”. É um lugarzinho acolhedor e os
moradores são hospitaleiros o que faz com que os visitantes sintam-se à vontade
e com o desejo de retornarem outras vezes.
Aqui não existe qualquer tipo de
poluição industrial nem chuva ácida. E como poderia existir já que não há
fábricas e nem chove? Já a poluição sonora é de estourar os tímpanos. Mas onde
não há? Faz parte do chamado “mundo das propagandas” porque inventaram que ela
é “amiga do negócio”. E aquelas caixas de som potentes instaladas nos carros,
bares e lanchonetes? Durma com uma zoada dessas! Mesmo assim, ainda temos a
oportunidade de admirar o jardim, as praças e avenidas a qualquer momento. Crianças,
jovens e idosos utilizam esses espaços com segurança, conforto e comodidade
desde que o som seja ambiente. As praças são importantes para a criançada
brincar, e também para jovens e adultos praticarem esportes.
Eu e meus amigos, por exemplo,
sempre frequentamos o ginásio de esportes ou o campinho do bairro para jogarmos
um baba. Mas só tem jogo, no dia em que o meu amigo leva a bola dele. Nesses lugares ocorrem os encontros e
reencontros onde todos compartilham o direito de serem livres e, assim, saírem
da rotina e desfrutarem dos tão sonhados dias melhores.
Quanto aos festejos juninos, fazem parte da nossa cultura há várias
décadas. Nesse período a cidade fica toda colorida com bandeirolas, fogos de artifícios
e outras ornamentações; a maioria da população acende fogueiras (porque fazem
parte da tradição) para comemorar o Dia de São João e tudo isso atrai multidões
vindas das cidades vizinhas, da capital e de outros estados. A culinária, além
de ser variada, é uma delícia. O povo dança no forródromo, nas ruas, bares e
onde tiver um som, mesmo que seja mecânico e, ainda que exausto, continua nesse
movimento frenético que dura até o sol raiar. É nesse período onde rico e pobre
se misturam assumindo a condição de sertanejo “caipira”.
Mas há algum tempo atrás, a cidade não era bonita e a vida dos
moradores era muito sofrida. Cresci ouvindo meus pais e meus avós falando como
se formou a cidade, o modo de vida da população, as dificuldades enfrentadas
quando alguém precisava se locomover para outras localidades, os meios de
transportes que eram utilizados na época, energia e distribuição de água que
eram fornecidas somente para os moradores do centro da cidade. Através desses
relatos percebo que as coisas estão mudando e que todos estão mais felizes.
Em minha memória estão registradas também algumas lembranças de um
passado não muito distante, quando eu andava pelas ruas e via a cidade
abandonada. Hoje, vejo canteiros de obras por todas as partes, inclusive na periferia,
o que torna o ambiente mais harmonioso e com uma qualidade de vida mais
saudável para os moradores. Onde antes eu só via “lixo”, hoje eu vejo “luxo”. Esse
é o lugar onde vivo.
2ª O lugar onde vivo
O
lugar onde vivo chama-se Euclides da Cunha e fica localizado no interior da
Bahia. É uma cidade pequena, mas está passando por grandes transformações. Em
todos os lugares vemos canteiros de obras o que faz com que os moradores
sintam-se mais felizes.
Nos
terrenos que antes eram abandonados, foram construídas lindas praças, onde
jovens e adultos utilizam para se encontrarem, fazerem caminhadas, praticarem
esportes. Nos parquinhos infantis as crianças brincam à vontade.
Tem
várias escolas públicas e particulares como também faculdades. O comércio é
bastante diversificado. A feira livre, que acontece aos sábados, é dividida em
duas partes: no Centro de Abastecimento os feirantes vendem alimentação; nas
ruas próximas são vendidas outras mercadorias como: calçados, bijuterias, materiais
confeccionados com couro, barro e roupas para todos os gostos e idade. É ali
onde as mulheres disputam espaço para fazerem compras. Elas até apelidaram as
barracas das roupas de “shopingchão” porque é tudo barato. Eu acho engraçado
porque elas se divertem com isso. Parece um formigueiro.
Aqui
também são comemorados os festejos juninos. Mas é no período de São João que o
povo fica mais animado. Vem gente de outras cidades e estados para participarem
dessa tradição. As atrações se concentram no forródromo. Lá são armados o
palco, onde os artistas se apresentam, barracas com bebidas e comidas típicas.
A cidade fica toda enfeitada. As luzes se misturam com os fogos de artifício deixando
tudo colorido e bem mais bonito.
Mas
nem tudo é festa porque esse é um lugar castigado pela seca. Quando chove os
agricultores plantam feijão e milho, porém não é todo ano que se colhe o que é
plantado. Isso acontece porque às vezes chove demais ou falta chuva
prejudicando as plantações e causando prejuízos. Até os animais sofrem com a
seca e muitos não resistem e morrem. É comum serem alimentados com ração
extraída da caatinga como, por exemplo, cacto, mandacaru, sisal palma e semente
de algaroba. É possível ver ainda pequenos rebanhos espalhados ao longo das
estradas “roendo” alguma plantação como uma tentativa de sobrevivência.
No
subsolo encontra-se o calcário que era extraído por uma grande indústria. Após
o seu fechamento, foram instaladas outras duas empresas que exploram essa
atividade, como também transformam rochas em britas. Mesmo assim há um
equilíbrio entre o homem e a natureza. Esse fenômeno da seca não acontece por
causa da não preservação do meio ambiente. Ele se dá devido à localização em
que se encontra o município. Mesmo não havendo jazidas de pedras preciosas, o
lugar onde vivo é, para mim, uma joia.
Após ler atentamente as duas crônicas pense e registre suas primeiras ideias:
A) O que chama atenção no lugar onde você vive?
B) Precisa colocar ironia na sua crônica?
C) Pesquise: Campo Grande - Culturas - festas e lugares turísticos que podem ser citados em uma crônica
Bom trabalho!
acesse www.versosd.blogspot.com.br e www.tintadesentimentos.blogspot.com.br
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