Retrocesso ( Luis Fernando Veríssimo) leia atentamente e responda

“O visitante acompanhou, fascinado, uma aula como ela seria num futuro em que o computador tivesse substituído o professor”

Retrocesso
O visitante estranhou porque, quando o levaram para conhecer a sala de aula do futuro, não havia uma professora-robô, mas duas. A única diferença entre as duas era que uma era feita totalmente de plástico e fibra de vidro — fora, claro, a tela do seu visor e seus componentes eletrônicos —, e a outra era acolchoada. Uma falava com as crianças com sua voz metálica e mostrava figuras, números e cenas coloridas no seu visor, e a outra ficava quieta num canto. Uma comandava a sala, tinha resposta para tudo e centralizava toda a atenção dos alunos, que pareciam conviver muito bem com a sua presença dinâmica, a outra dava a impressão de estar esquecida ali, como uma experiência errada.
O visitante acompanhou, fascinado, uma aula como ela seria num futuro em que o computador tivesse substituído o professor. O entendimento entre a máquina e as crianças era perfeito. A máquina falava com clareza e estava programada de acordo com métodos pedagógicos cientificamente testados durante anos. Quando não entendiam qualquer coisa as crianças sabiam exatamente que botões apertar para que a professora-robô repetisse a lição ou, em rápidos segundos, a reformulasse, para melhor compreensão. (As crianças do futuro já nascerão sabendo que botões apertar.)
— Fantástico! — comentou o visitante.
— Não é? — concordou o técnico, sorrindo com satisfação.
Foi quando uma das crianças, errando o botão, prendeu o dedo no teclado da professora-robô. Nada grave. O teclado tinha sido cientificamente preparado para não oferecer qualquer risco aos dedos infantis. Mesmo assim, doeu, e a criança começou a chorar. Ao captar o som do choro nos seus sensores, a professora-robô desligou-se automaticamente. Exatamente ao mesmo tempo, o outro robô acendeu-se automaticamente. Dirigiu-se para a criança que chorava e a pegou no colo com os braços de imitação, embalando-a no seu colo acolchoado e dizendo palavras de carinho e conforto numa voz parecida com a do outro robô, só que bem menos metálica. Passada a crise, a criança, consolada e restabelecida, foi colocada no chão e retomou seu lugar entre as outras. A segunda professora-robô voltou para o seu canto e se desligou enquanto a primeira voltou à vida e à aula.
— Fantástico! — repetiu o visitante.
— Não é? — concordou o técnico, ainda mais satisfeito.
— Mas me diga uma coisa... — começou a dizer o visitante.
— Sim?
— Se entendi bem, o segundo robô só existe para fazer a parte mais, digamos, maternal do trabalho pedagógico, enquanto o primeiro faz a parte técnica.
— Exatamente.
— Não seria mais prático — sugeriu o visitante — reunir as duas funções num mesmo robô?
Imediatamente o visitante viu que tinha dito uma bobagem. O técnico sorriu com condescendência.
— Isso — explicou — seria um retrocesso.
— Por quê?
— Estaríamos de volta ao ser humano.
E o técnico sacudiu a cabeça, desanimado. Decididamente, o visitante não entendia de futuro.

Luís Fernando Veríssirno. In Nova Escola. São Paulo. Abril, out. 1990. p. 19.

Explorando o texto:
Responda de acordo com o texto:
a. Quais as características das professoras descritas no texto?
b. Segundo o autor do texto, como seria a aula do futuro?
c. Na aula do futuro, como agiriam os alunos quando tivessem alguma dúvida?
d. O que aconteceu quando a criança machucou-se no teclado?
e. Na sua opinião, qual a razão de ter duas professoras-robô para atender aos alunos?
f. A professora de plástico e fibra de vidro satisfazia que tipo de necessidade das crianças? Por quê?
g. Qual era a função da professora acolchoada?
h. Na sua opinião, por que seria um retrocesso reunir todas as funções da professora numa máquina apenas?

1. Na sua opinião, a professora-robô é diferente das professoras que você conhece? Por quê?

Dicas para uma Boa Redação - Enem

Olá!...

Assistam esse vídeo. São dicas básicas, porém importantíssimas para desenvolver sua redação.

Testes- Interpretação e Inferência



Preparando-se para a Prova Brasil!

Crie um documento com os testes abaixo e após resolvê-los, poste-os em seu Blog

BOM TRABALHO!

As questões 01 e 02 estão baseadas no seguinte texto:

O peso original volta depois das dietas

01 O corpo humano, mesmo submetido
02 ao sacrifício de uma dieta alimentar
03 rígida, tem tendência a voltar ao peso
04 inicial determinado por um equilíbrio
05 interno, segundo recente estudo reali-
06 zado por cientistas norte-americanos.
07 Depois do aumento de alguns quilos
08 supérfluos, o metabolismo buscará
09 eliminar o peso excessivo.
10 O corpo dispõe de um equilíbrio que
11 tenta manter seu peso em um nível
12 constante, que varia em função de
13 cada indivíduo. O estudo sugere que
14 conservar o peso do corpo é um fenô-
15 meno biológico, não apenas uma ati-
16 vidade voluntária. O corpo ajusta seu
17 metabolismo em resposta a aumentos
18 ou perdas de peso. Dessa forma,
19 depois de cada dieta restrita, o metabo-
20 lismo queimará menos calorias do que
21 antes. Uma pessoa que perdeu recente-
22 mente pouco peso vai consumir menos
23 calorias que uma pessoa do mesmo
24 peso que sempre foi magra. A pesquisa
25 conclui que emagrecer não é impossí-
26 vel, mas muito difícil e requer o consu-
27 mo do número exato de calorias quei-
28 madas. Ou seja, uma alimentação mo-
29 derada e uma atividade física estável a
30 longo prazo.

(Zero Hora, encarte VIDA, 06/05/1995)


Questão 01. Segundo o texto, é correto afirmar:

A) Uma dieta alimentar rígida determina o equilíbrio interno do peso corpóreo.
B) O equilíbrio interno é um fenômeno biológico.
C) Conservar o peso não depende somente da vontade individual.
D) O ajuste de peso significa queima de calorias.
E) O número exato de calorias queimadas vincula-se a uma dieta.

Questão 02. Das opções abaixo, todas podem substituir, sem prejuízo, a palavra rígida (l. 03), menos:

A) rigorosa
B) austera
C) severa
D) íntegra
E) séria

As questões 03, 04 e 05 estão baseadas no seguinte texto:

01 Lá pela metade do século 21, já não
02 haverá superpopulação humana, como
03 hoje. Os governos de todo o mundo -
04 presumivelmente, todos democráticos -
05 poderão incentivar as pessoas à reprodu-
06 ção. E será melhor que o façam com as
07 melhores pessoas. A eugenia humana -
08 isto é, a escolha dos melhores exemplares
09 para a reprodução, de modo a aprimorar a
10 média da espécie, como já se fez com ca-
11 valos - encontrará o período ideal para
12 sair da prancheta dos cientistas para a vi-
13 da real. Pessoas selecionadas por suas
14 características genéticas serão emprega-
15 das do estado. O funcionalismo público te-
16 rá uma nova categoria: a dos reprodutores.
17 Este exercício de futurologia foi apresen-
18 tado seriamente pelo professor do Institu-
19 to de Biociências da USP Osvaldo Frota-
20 Pessoa, em palestra no colóquio Brasil-Ale-
21 manha - Ética e Genética, quarta-feira à
22 noite. [...] Nas conferências de segunda e
23 terça, a eugenia foi citada como um perigo
24 das novas tecnologias, uma idéia que não
25 é cientificamente - e muito menos etica-
26 mente - defensável.

(TEIXEIRA, Jerônimo. Brasileiro apresenta a visão do horror. Zero Hora, 6.10.95, p. 2º Caderno)

Questão 03. Considere as seguintes afirmações sobre a posição do autor com relação ao assunto de que trata o texto.

I. O autor do texto é favorável à eugenia como solução para a futura queda no crescimento demográfico, como indica o primeiro parágrafo.

II. O autor trata as idéias do professor Osvaldo Frota-Pessoa com certa ironia, como demonstra o uso da palavra seriamente na linha 18.

III. Ao relatar posições contraditórias por parte dos cientistas com relação à eugenia humana, o autor revela que esta é uma concepção controversa.

Quais estão corretas?

(A) Apenas I.
(B) Apenas II.
(C) Apenas III.
(D) Apenas II e III.
(E) I, II e III.

Questão 04. Assinale a alternativa que está de acordo com o texto.

(A) Segundo lemos na primeira frase do texto, vivemos num mundo em que o número de pessoas é considerado excessivo.

(B) Como se conclui da leitura do primeiro parágrafo, a escolha dos melhores seres humanos para a reprodução, através da eugenia, causará uma queda na população mundial.

(C) A partir da leitura do segundo parágrafo do texto, concluímos que a especialidade do professor Frota-Pessoa é a futurologia.

(D) De acordo com o significado global do último parágrafo, o maior perigo das novas tecnologias é a ética.

(E) A eugenia humana, ao tornar os reprodutores candidatos a funcionários públicos, constituirá uma oportunidade de trabalho apenas para homens.


Questão 05. Considere as seguintes afirmações sobre a eugenia humana:

I. O uso restritivo da palavra humana (linha 07), no texto, indica que a palavra eugenia (linha 07) não se refere apenas à reprodução humana, mas à reprodução de qualquer espécie.

II. Pelos princípios expostos no texto, o vigor físico e a inteligência serão os critérios de eugenia a partir dos quais será feita a seleção dos melhores exemplares.

III. Conforme o texto, a eugenia humana já existe na forma de projeto científico.

Quais estão corretas?

(A) Apenas I.
(B) Apenas II.
(C) Apenas I e III.
(D) Apenas II e III.
(E) I, II e III

Tema: Violência urbana... Enem 3º ANO




Confira os dados que cooperam com o aumento da violência urbana...

1. Leandro Pereira, ex-diretor do presídio de Araraquara: suspeito de facilitar a fuga de criminosos
2. Apreensão de drogas: Brasil está cada vez mais perto dos padrões colombianos de violência
3. O traficante Fernandinho Beira-Mar: foragido desde 1997
4. A jornalista baiana Maristela: morta com um tiro na testa
5. Rebelião na Febem: superlotação e fugas em massa
6. O menor "Batoré": quinze assassinatos
7. Arsenal recolhido pela polícia: mercado negro de armas abastece os bandidos
8. Equipe de seguranças particulares: efetivo já é maior que o da força policial

"Os estudos sobre segurança pública mostram que, antes de atacarem uma vítima, os criminosos fazem um cálculo próprio dos investidores do mercado financeiro. "Eles analisam a relação custo-benefício da operação", afirma o coronel reformado da Polícia Militar de São Paulo José Vicente da Silva Filho, um dos maiores estudiosos brasileiros de temas ligados à criminalidade. "Se o risco de ser preso for alto, o bandido pensa duas vezes antes de agir. Quando o risco é baixo, a audácia e a violência aumentam." Essa conta é mundial. No Brasil, as operações têm sido altamente lucrativas. Os ataques dos marginais, se nem sempre rendem um dinheiro garantido, ocorrem num ambiente em que a probabilidade de prisão chega a ser risível. A hipótese de punição é reduzida até mesmo para aqueles criminosos que, durante o assalto, puxam o gatilho e matam. Os estudiosos dividem-se quando são chamados a listar as causas do crime. Conforme a corrente de pensamento a que se filia o analista, as justificativas de cunho social, como a miséria, o desemprego e a falta de perspectivas, têm maior ou menor peso. Mas todos são unânimes em dizer que a sensação de impunidade que tomou conta dos criminosos é a maior responsável pela escalada de crimes nas grandes cidades.


Violência Urbana- Ler para dissertar...


Violência urbana confina brasileiros em 'prisões' domiciliares
28/07/2008







A violência urbana mudou, infelizmente talvez para sempre, o comportamento do cidadão, a vida nas grandes cidades e as histórias do cotidiano. A violência assusta, constrange e confina moradores em suas casas. É a rotina do isolamento. Muitas vezes, a sensação é de que estamos nós todos numa prisão.

São milhões de reais gastos para garantir a segurança que o poder público não entrega. Já inventaram até a portaria-gaiola. Tem também a garagem-gaiola, em que o motorista fica preso antes de entrar em casa.

Com medo da violência, os brasileiros se isolam cada vez mais, mudando a arquitetura das cidades. O mercado da segurança cresce duas a três vezes mais do que a economia do país. Mesmo assim, a sensação de medo não vai embora.

A paisagem do Cristo Redentor suaviza qualquer cenário, mas não esconde o medo do carioca. Os moradores se cercam de segurança.

“A gente vive em pânico. Na minha casa, tem câmera e tem porteiro. Estamos pensando em botar grade. É um inferno”, conta uma senhora.

“A gente procura preencher uma lacuna que o poder público deixou, que é a segurança das pessoas”, acredita um senhor.

Isolados até o teto em São Paulo, com muros altos, grades e cerca elétrica, casas e condomínios são transformados em fortalezas.

“Em alguns lugares, você pode até, dependendo da época do ano, quando você passa e se as pinturas estão um pouco esmaecidas, você vê as camadas arqueológicas do medo com os diferentes níveis de muro. Começou com o muro baixinho e foi subindo, subindo e subindo”, compara a especialista em segurança Nancy Cardia.

Nem os mortos têm sossego. Muros foram erguidos e arame farpado para afastar os ladrões de túmulo. Pobres ou ricos, todos se protegem. Em um prédio de São Paulo, nunca houve um assalto, e os moradores querem que continue assim. Além de câmeras e portões de ferro, eles blindaram a portaria das janelas às paredes. As portas de vidro só funcionam por controle eletrônico. A entrega de encomendas é feita por uma abertura.

Muitos prédios em São Paulo implantaram a portaria-gaiola. A pessoa abre um portão, fica presa num espaço bem pequeno e só depois que fecha o primeiro portão é que, com a autorização do porteiro, é que ela consegue, finalmente, entrar no prédio.

“Parece que a gente está condenado sem ter feito nada. A gente está cumprindo uma pena de prisão. É muito ruim. Se é ruim para os adultos, é péssimo principalmente para as crianças, porque elas já nascem atrás de grades”, afirma Marco Antônio Castello Branco, presidente da Sociedade Amigos do Itaim.

“Hoje, com os muros, as pessoas não sabem quem mora ao lado. Isso é uma perda. Uma perda de qualidade de vida em sociedade”, acrescenta a especialista em segurança Nancy Cardia.

A forma como o medo modificou a arquitetura das cidades virou tema de exposição. Vivendo em gaiolas como bichos, paisagens que lembram prisões, trabalhando atrás de grades como em jaulas – essa é a visão do baiano André Gardenberg de como a violência faz reféns. Além de Rio e São Paulo, ele também fotografou Recife e Salvador.

“Eu acho que as pessoas acabam se acostumando e, de certa forma, elas acabam criando mecanismos para que essa convivência seja mais confortável, se é que isso é possível”, avalia o fotografo André Gardenberg.

a exposição sobre o medo nas grandes cidades deveria retratar outras capitais, mas os profissionais que retratavam a violência urbana tinham parado de fotografar. Eles foram assaltados enquanto trabalhavam. Tiveram o equipamento roubado e passaram a temer pela própria vida.